Desde criança que a vontade de comunicar com o corpo é uma premissa natural. Após o diagnóstico da perda de visão, passou a ser óbvia.

A partir dos cinco anos começou a frequentar aulas de dança, passando mais tarde pelas artes circenses. Já em adulta, a Mariana dedicou-se ao estudo do corpo como terapeuta massagista e aprofundou os seus estudos académicos licenciando-se em Dança. Após a universidade, as diferentes experiências que se sucederam, desde os projetos de artes performativas aos tratamentos ayurvédicos, foram ferramentas úteis e de preparação para a maternidade.

A sua experiência profissional como bailarina inclui vários projectos com Peter Michael, Amelie Bentes, Bernardo Gama, e conta ainda com uma formação intensiva na Companhia de Dança Belga Wim Vandekeybus.

As necessidades e as escolhas foram-se tornando mais urgentes com o desenrolar da vida e o degenerar da visão. Mas, de alguma forma, conseguiu adaptar-se aos obstáculos e transformou-os em ferramentas durante todo este processo tão transformador. Esta busca incessante trouxe a vontade de partilhar a sua experiência como bailarina invisual.

Agora, como intérprete, questiona os sentidos, respirando e trazendo a consciência ao corpo presente e ao Eu. E, é em novos encontros, que observa sempre com curiosidade o desenrolar do seu percurso.